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Uma disputa eclodiu entre os descendentes do pai da genética, Gregor Mendel, e um mosteiro austríaco por causa de um dos manuscritos do cientista, noticiou um jornal austríaco nesta quarta-feira.
A família acusou a Ordem Augustiniana, em Viena, de pressionar o sobrinho-tataraneto de Mendel, padre Clemens, ele próprio um monge augustiniano, a entregar a eles o manuscrito, noticiou o jornal Die Presse em sua edição online.
O mosteiro vienense negou as acusações. "Não houve pressão", declarou ao jornal seu prior, padre Dominic.
Segundo ele, o manuscrito pertenceu por direito aos augustinianos, destacando que "Mendel foi um monge augustiniano e fez sua pesquisa como um monge augustiniano".
O padre Clemens, de 77 anos, salvaguardou o manuscrito, que tem quase 150 anos, e agora é "hora de devolvê-lo", acrescentou o padre.
Considerado o pai da genética, Mendel formulou as leis da hereditariedade, após estudar plantas no jardim do mosteiro austríaco em Brno, atualmente na República Tcheca, nas décadas de 1850 e 1860.
Seu trabalho é considerado quase tão importante quanto o estudo de Charles Darwin sobre as origens das espécies.
O manuscrito no centro da disputa, "Experimentos sobre a Hibridização de Plantas", do qual foram feitas 40 cópias, na verdade foi descartado por membros de seu mosteiro em 1911, mas foi resgatado por um professor.
Após desaparecer após a II Guerra Mundial, ressurgiu em 1988 em Praga e foi entregue ao padre Clemens, que concordou com familiares em trancá-lo no cofre de um banco em Stuttgart, Alemanha, onde vive.
O manuscrito deveria ter mudado de mãos em 11 de maio, mas a família alertou as autoridades alemãs, que agora investigam se poderia ser classificado como um bem cultural, o que poderia impedir sua exportação.
Até que a questão seja resolvida, o manuscrito ficará com um advogado em Stuttgart, segundo o jornal Die Presse.
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