Roraima é a que terá maior verba, de R$ 2.915 por aluno por ano. Nove Estados receberão o novo mínimo, de R$ 1.722 por estudante.
Um aluno da rede pública de Roraima deverá receber em 2011 investimento 69% maior do que os nove Estados com o menor custo por aluno do País. A estimativa de repasses de recursos pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) por estudante ao ano foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União. Cada Estado ou município pode investir mais dinheiro na educação além do recebido pelo fundo.
O valor mínimo estabelecido subiu 21,7%, passando de R$ 1.414,85 em 2010 para R$ 1.722,05 em 2011 para as séries iniciais do ensino fundamental. Outras etapas de ensino têm aumento equivalente. O ensino médio, por exemplo, passa para pelo menos R$ 2.066,46. Os estados que não atingem este valor com a própria arrecadação recebem complementação do governo federal.
A receita total estimada para o Fundeb é de R$ 94,48 bilhões, 13,7% a mais do que 2010. O aumento porcentual do custo por aluno é maior do que isso porque o total de matrículas na rede pública caiu, portanto o valor bruto é dividido por menos estudantes. Ao longo do ano, o valor pode mudar conforme a estimativa de arrecadação for revista. O valor previsto para 2010 (R$ 1,4 mil) pode ter sido maior.
Diferença era de 88%
Os Estados que devem receber apenas o mínimo são: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí, os mesmos que já estavam nesta situação no ano anterior. Na outra ponta, Roraima também continua com o maior custo por aluno, com R$ 2.915,43 para investir por ano em cada estudante das séries iniciais. Na estimativa de 2010, a diferença entre estas duas pontas era de 88%. O porcentual caiu porque o mínimo subiu.
O segundo Estado com mais verba por aluno é São Paulo e o terceiro Amapá. Um estudo da ONG "Todos pela Educação" mostra que, até 2009, não era possível estabelecer uma ligação direta entre investimento e resultados.
Luiz Araújo, consultor educacional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), ressalta que o valor do custo por aluno aumentou 21,7%, mas a estimativa de arrecadação de Estados e municípios enviada pela Secretaria do Tesouro ao Congresso Nacional era 4% maior. "Se matrículas tivessem crescido o mesmo tanto que a arrecadação, o custo por aluno não teria todo esse aumento", comentou Araújo.
Valor pode impactar piso do professor
Ele lembra que o novo valor pode impactar no cálculo do piso salarial dos professores, caso um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados seja aprovado. A proposta determina que o reajuste salarial dos professores seja calculado comparando o valor investido em cada aluno de um ano para outro (o efetivamente gasto, não o previsto). "O MEC já utiliza essa fórmula para calcular o aumento e, se ele se mantiver alto, terá grande impacto no piso em 2012", diz.
| Estado | Valor previsto para ensino fundamental | valor previsto para ensino médio |
|---|---|---|
| Roraima | 2.915,43 | 3.498,52 |
| São Paulo | 2.640,38 | 3.168,45 |
| Amapá | 2.434,07 | 2.920,89 |
| Espírito Santo | 2.427,92 | 2.913,50 |
| Distrito Federal | 2.284,83 | 2.741,79 |
| Tocantins | 2.165,61 | 2.598,73 |
| Acre | 2.164,05 | 2.596,86 |
| Mato Grosso do Sul | 2.162,93 | 2.595,51 |
| Santa Catarina | 2.135,31 | 2.562,38 |
| Mato Grosso | 2.099,86 | 2.519,83 |
| Goiás | 2.048,66 | 2.458,39 |
| Rio de Janeiro | 2.013,63 | 2.416,36 |
| Rondônia | 1.998,57 | 2.398,28 |
| Sergipe | 1.966,53 | 2.359,83 |
| Minas Gerais | 1.903,06 | 2.283,67 |
| Rio Grande do Sul | 1.824,46 | 2.039,22 |
| Paraná | 1.780,97 | 2.137,17 |
| Rio Grande do Norte | 1.726,92 | 2.072,30 |
| Alagoas | 1.722,05 | 2.066,46 |
| Amazonas | 1.722,05 | 2.066,46 |
| Bahia | 1.722,05 | 2.066,46 |
| Ceará | 1.722,05 | 2.066,46 |
| Maranhão | 1.722,05 | 2.066,46 |
| Pará | 1.722,05 | 2.066,46 |
| Paraíba | 1.722,05 | 2.066,46 |
| Pernambuco | 1.722,05 | 2.066,46 |
| Piauí | 1.722,05 | 2.066,46 |

