15 julho, 2008

Inteligências Múltiplas



Os novos paradigmas para a educação consideram que os alunos devem ser preparados para conviver numa sociedade em constantes mudanças, assim como devem ser os construtores do seu conhecimento e, portanto, serem sujeitos ativos deste processo. Neste modelo os professores deixam de ser os transmissores da informação passando a atuar como facilitadores do processo de aprendizagem. O aluno não pode ser visto como “tábua rasa”, e sim como um ser completo e, como tal, possuidor de outras inteligências ou habilidades.

Na tentativa de se explicar o processo de aprendizagem surgem novas teorias, dentre elas a Teoria das Inteligências Múltiplas, que se apóia nas novas descobertas neurológicas procedidas em Harvard e em outras universidades dos Estados Unidos, mudando as linhas de conhecimento neurológico sobre a mente humana, desenvolvida e caracterizada no início da década de 1980 por Howard Gardner.

Nesta teoria a noção de cultura é básica, e define inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que são significativos em um ou mais ambientes culturais. Alguns talentos só se desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente, cada domínio ou inteligência, pode ser visto em termos de uma seqüência de estágios; enquanto todos os indivíduos normais possuem os estágios mais básicos em todas as inteligências, os estágios mais sofisticados dependem de maior trabalho ou aprendizado.

De acordo com Gardner, abrigamos em nossa mente oito Inteligências, todas com a mesma dimensão e importância:

· Inteligência lingüística ou verbal: caracterizada por extrema sensibilidade a estrutura, som, significado e funções da palavra na linguagem;

· Inteligência lógico-matemática: manifesta-se pela capacidade e sensibilidade para discernir padrões lógicos ou numéricos, e a capacidade de trabalhar com longas cadeias de raciocínio;

· Inteligência espacial: está muito ligada à criatividade e à concepção, no plano espacial, de sólidos geométricos. Destaca a capacidade de perceber com relativa exatidão o mundo vísuo-espacial e de realizar transformações nessas percepções;

· Inteligência sonora ou musical: associa-se à percepção do som não como um componente do ambiente, mas por sua unidade e linguagem. Destaca-se pela capacidade em se produzir e apreciar ritmos, tons, timbres e identificar diferentes formas de expressividade na música ou nos sons em geral;

· Inteligência cinestésico-corporal: é a Inteligência do movimento, associa-se à linguagem corporal e marca de forma expressiva a capacidade de comunicação de pessoas como mímicos, mágicos, bailarinos ou atletas. Liga-se à capacidade de controlar os movimentos do corpo e manipular objetos com destreza;

· Inteligência naturalista: está estruturalmente ligada a vida animal e vegetal e, por esse motivo, é também conhecida como Inteligência biológica ou ecológica. Sua manifestação revela-se pela perícia em se identificar membros de uma mesma espécie, reconhecer a existência de diferentes espécies;

· Inteligência Intrapessoal: ligada ao autoconhecimento, percepção de identidade e conseqüentemente à auto-estima e compreensão plena do “eu”, assim como à capacidade de discernir e discriminar as próprias as próprias emoções;

· Inteligência Interpessoal: está associada à empatia, relação com o outro e sua plena descoberta, com “abertura” para responder adequadamente aos temperamentos, estados de humor, motivações e desejos de outras pessoas.

Essa relação de Inteligências não se constitui um paradigma fechado. Novos estudos abrem perspectivas para a ampliação desse limite e mesmo Gardner aprofunda pesquisas para que se acrescente a “Inteligência Existencial”, que estaria ligada à capacidade de compreender o significado da existência, e a relação do amor por um outro, pela arte ou por uma causa.

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