07 dezembro, 2010

Alunos da rede federal estão entre os melhores do mundo

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Priscilla Borges, iG Brasília

Média obtida em avaliação internacional por eles supera a de países como Canadá e Reino Unido e encosta no Japão
Se a maioria dos estudantes brasileiros não consegue ler, fazer cálculos matemáticos e compreender a ciência como a maioria dos jovens de países desenvolvidos como Inglaterra, França, Estados Unidos, Canadá e Japão, há um grupo seleto de alunos do País que consegue até superá-los quando o assunto é o Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa).
As notas do último exame educacional, criado pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para verificar a qualidade de ensino nos países desenvolvidos e parceiros, mostram que os estudantes da rede federal de educação básica obtiveram desempenhos tão bons ou até superiores aos de muitos alunos que vivem em países muito desenvolvidos.
Relatório divulgado pela OCDE aponta que a nota em leitura desses estudantes da rede pública federal ficou em 535. A média dos países desenvolvidos na área é de 493 pontos. Em matemática, a situação se repete. Foram 521 pontos obtidos pelos alunos da rede federal contra 495 da OCDE. Em ciências, os brasileiros ficaram com 528 e os desenvolvidos, 500 pontos. A média geral da rede ficou em 528.
Essa média está à frente de países como França, Estados Unidos, Israel, Espanha, Reino Unido, Dinamarca, Alemanha, Austrália e Canadá. Só perde para a o Japão (529 pontos), Coréia (541), Cingapura e Finlândia (543), Hong Kong (546) e Shangai (577). Vale lembrar que a China preferiu não colocar todas as províncias e regiões do país para realizar as provas. Apenas algumas participaram do Pisa.
"É uma rede pequena, mas é a prova de que o setor público sabe oferecer uma boa educação. Para isso, tem de remunerar bem o professor, investir em laboratório e investir em educação integral. Todos são componentes do sucesso educacional", ressaltou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Os estudantes das escolas federais ficaram com resultados melhores do que a rede privada brasileira.

Notas por redes de ensino
Dependência administrativa Média Leitura Matemática Ciências
Rede pública federal 528 535 521 528
Rede privada 502 516 486 505
Rede pública (estadual e municipal) 387 398 372 392

Público e privado
Na rede particular, os resultados também foram bons. A média geral dos alunos dos colégios privados nas três áreas do conhecimento foi de 502 pontos, com destaque para leitura (516 pontos). A rede pública estadual e municipal, no entanto, apresenta diferenças gritantes de desempenho. A média geral desses estudantes foi de 387 pontos. A nota mais alta, em leitura, foi de 398.
Para Haddad, apesar das diferenças, o País está no caminho certo e deve aprender com as boas práticas nacionais e internacionais. "O sistema educacional brasileiro está reagindo aos estímulos. Crescemos 17 pontos no último triênio. Aparentemente, estamos no rumo certo", pondera. "O ingrediente do sucesso é dar mais autonomia combinada com mais responsabilização", defende.
O ministro acredita ainda que a realização das olimpíadas de conhecimento, especialmente a de matemática, pode ter influenciado positivamente na melhora das notas dos brasileiros na disciplina. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede "toda semana" que o ministério crie agora os jogos de incentivo ao estudo das ciências.

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