23 dezembro, 2010

Propostas para melhorar nossa educação a distância

via Educação humanista inovadora by Moran on 12/22/10


A educação a distância está modificando todas as formas de ensino e aprendizagem, inclusive as presenciais, que utilizarão cada vez mais metodologias semi-presenciais, flexibilizando a necessidade de presença física, reorganizando os espaços e tempos, as mídias, as linguagens e os processos. EAD tem significados muito variados, que respondem a concepções e necessidades distintas.
Podemos avançar muito na personalização das propostas, mais abertas, com forte aprendizagem colaborativa, em redes flexíveis e respeito ao caminho de cada um. Na EAD o aluno poderia ter seu orientador, como acontece na pós-graduação. Esse orientador seria o principal interlocutor responsável pelo percurso do aluno, com ele definiria as disciplinas mais adequadas, as atividades mais pertinentes, os projetos mais relevantes. Teremos cursos mais síncronos e outros mais assíncronos, alguns com muita interação e outros com roteiros predeterminados, uns com mais momentos presenciais enquanto que outros acontecem na WEB. Essa flexibilidade de processos e modelos é fundamental para avançar mais, para adequar-nos às inúmeras possibilidades e necessidades de formação contínua de todos.

Diante da dificuldade muitos alunos em adaptar-se ao processo de aprendizagem a distância, vale a pena pensar em propostas que implantem a metodologia da EAD de forma mais progressiva. Cursos a distância com alunos com maiores dificuldades (em média) de autonomia - ex: EJA, cursos técnicos, tecnológicos, graduação de cursos com alunos com pouca fluência de leitura, escrita e pouca independência pessoal - poderiam ter um processo de entrada mais suave na EAD. Começar com uma ambientação tecno-pedagógica para a EAD mais forte, feita presencialmente em parte, em laboratórios, com bastante mediação tutorial.
O primeiro ano desses cursos teria uma carga horária presencial maior do que a habitual, haveria mais encontros presenciais, mais tutoria local, mais aulas ao vivo junto com as demais atividades online, só que em quantidade menor, nesse primeiro ano.

Com esse ano de transição entre o modelo presencial e o a distância, o aluno estaria melhor preparado para enfrentar os desafios de caminhar para uma maior autonomia, para poder gerenciar melhor o seu tempo, para trabalhar mais virtualmente. Assim, a partir do segundo ano, aumentaria a virtualização do curso, com menos encontros e tutoria presenciais e mais orientação e atividades pela WEB.

No primeiro ano, as aulas seriam mais informativas, ao vivo ou por videoaulas fáceis, com histórias, representações, entrevistas. As atividades poderiam ser feitas em pequenos grupos presencial e virtualmente, para aprender juntos, dar-se apoio, manter vínculos, não desistir. Progressivamente haveria mais leituras, atividades mais complexas individuais e em grupo, pela WEB.

Cursos de formação de professores, que hoje utilizam mais a WEB, poderiam incorporar videoaulas ou teleaulas interessantes e motivadoras, como elementos enriquecedores da experiência de aprender online. Os cursos que se baseiam em textos na web, mesmo que bem produzidos e em tom dialógico, exigem um salto cultural grande demais, num primeiro momento, para alunos vindo de escolas pouco exigentes e que não desenvolveram o hábito da pesquisa contínua e produção autônoma.

É interessante a organização de aulas produzidas de forma mais inteligente e econômica, principalmente na formação de professores. As universidades públicas, através da gestão da UAB – Universidade Aberta do Brasil – poderiam criar materiais, principalmente os audiovisuais, de forma integrada, gastando menos recursos na produção e concentrado-os mais na tutoria e na adaptação à realidade regional. Universidades com mais competência reconhecida em algumas áreas fariam essas produções de videoaulas e do material de apoio básico (livros...) que serviriam de base para os cursos semelhantes de outras instituições e que poderiam ter algumas adaptações regionais, aproveitando a maior parte da produção já feita.

Em EAD não precisamos todos fazer tudo. A especialização pode baratear enormemente os custos, sem diminuir a qualidade. Esses materiais poderiam estar disponíveis no portal do Ministério para todas as instituições públicas e privadas. O dinheiro de educação é pago com os nossos impostos e se um material pode ser útil para muitos, por que não disponibilizá-lo? A educação a distância não é só conteúdo pronto, mas conhecimento construído a partir de leituras, discussões, vivências, práticas, orientações, atividades. Disponibilizaríamos os materiais básicos e cada instituição os adaptaria ao seu projeto pedagógico. Por que todos temos que fazer os mesmos materiais sempre de forma isolada, principalmente na formação de professores?
Nos cursos presenciais poderíamos também flexibilizar a relação presencial-digital de forma progressiva. No primeiro ano, as atividades aconteceriam mais na sala de aula. Haveria uma ênfase maior na aprendizagem do uso das tecnologias digitais feito no laboratório até o aluno ter o domínio do virtual e poder fazê-lo a distância. Algumas disciplinas teriam no máximo, nesse primeiro ano, vinte por cento de atividades a distância. Do segundo ano em diante, a porcentagem de EAD poderia aumentar até chegar a metade em sala de aula e metade a distância (sem ultrapassar a carga total de vinte por cento a distância, enquanto não mudar a legislação vigente).

Nos modelos WEB é importante utilizar mais a videoaula, a teleaula, a web-conferência e o uso também de tecnologias móveis.
Nos modelos teleaula convém ter menos aulas expositivas e melhorar a produção, combinada com atividades significativas em sala e na WEB. Nestes modelos precisamos aproveitar melhor os recursos da WEB e as tecnologias móveis.

Caminhamos rapidamente para poder aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e de muitas formas diferentes. Aprender quando for conveniente, com ou sem momentos presenciais, mas sempre com a possibilidade de estarmos juntos, de aprender colaborativamente e de construir roteiros pessoais. Com a riqueza de mídias, tecnologias e linguagens, podemos integrar conteúdo, interação, produção tanto individual como grupal do modo mais conveniente para cada aluno e para todos os participantes.
___________________
O texto completo está disponível em http://www.eca.usp.br/prof/moran/propostasead.htm . Está baseado em Modelos e avaliação do ensino superior a distância no Brasil, da minha autoria, e publicado na Revista ETD – Educação Temática Digital da Unicamp, Vol. 10, Nº 2, 2009 - Textos sobre educação inovadora e comunicação - Moran

14 dezembro, 2010

País precisa gastar melhor em educação, diz Banco Mundial

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País precisa gastar melhor em educação, diz Banco Mundial


Agência Brasil

Estudo aponta ainda que Brasil tem o desafio de melhorar a qualidade dos professores na próxima década
As quatro prioridades do Brasil para a próxima década devem ser a melhoria da qualificação dos professores, o fortalecimento da educação infantil, mais qualidade para o ensino médio e mais eficiência no gasto público em educação. É o que diz estudo lançado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Mundial sobre os resultados alcançados pelo Brasil nos últimos anos em educação.
De acordo com o estudo, o gasto não está "produzindo os resultados esperados". Os dados mais recentes, de 2009, mostram que o país investe hoje 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área, patamar que, segundo o relatório, já é superior ao verificado nos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O país também gasta mais do que o México, o Chile, a Índia e a Indonésia, que têm perfil demográfico semelhante ao brasileiro.
No entanto, investe em média seis vezes mais em um estudante do ensino superior que no aluno da educação básica. Na OCDE, a proporção é de dois para um. O estudo destaca ainda que as altas taxas de repetência permanecem, "apesar de pesquisas indicarem que a repetição é uma estratégia ineficaz para aumentar a aprendizagem".
O alto grau de corrupção e má-administração das verbas da educação também são apontados como razões para os baixos resultados alcançados em relação ao custo. O Banco Mundial aponta ainda "aumento no custo dos professores", com políticas que reduziram o tamanho médio das turmas e "impuseram aumentos generalizados de salário para os professores". Para a instituição, há pouca evidência de que o aumento salarial contribuiu para melhorar a qualidade da educação.
O estudo recomenda que o Brasil aproveite o período de transição demográfica que está vivendo para melhorar a qualidade do ensino, já que o fenômeno terá um "impacto notável" sobre a população em idade escolar na próxima década. "A redução projetada de 23% no número de estudantes de ensino fundamental corresponderá a quase 7 milhões de assentos vazios nas escolas do país (...). Essa transformação demográfica é uma bonificação para o sistema educacional e permitirá que os níveis atuais de gastos financiem uma grande melhoria na qualidade escolar", diz o texto.
Para melhorar a qualificação dos professores, o Banco Mundial defende a adoção de estratégias para atrair os "indivíduos de mais alta capacidade para a sala de aula", com apoio para formação continuada e recompensa pelo desempenho. Hoje, diz o estudo, a carreira docente se tornou "uma profissão de baixa categoria", que atrai o "terço inferior dos estudantes do ensino médio".
O Banco Mundial indica como exemplo de políticas eficientes programas de pagamento de bônus para os professores a partir dos resultados alcançados por suas turmas, como os já adotados em Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo e no município do Rio de Janeiro.

USP decide que não teve bom resultado e corta prêmio de docentes

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USP decide que não teve bom resultado e corta prêmio de docentes


Cinthia Rodrigues, iG São Paulo

Bônus criado em 2008 é vinculada a indicadores e comissão decidiu que universidade não cumpriu metas em 2009.
A Universidade de São Paulo (USP) instituição de nível superior com a melhor avaliação do País, não alcançou bons resultados em 2009. A conclusão foi de uma comissão interna que decidiu que os indicadores do ano não são suficientes para pagar um bônus a funcionários e professores.
A premiação por "excelência" foi criada em 2008 quando pagou R$ 1.000 a cada pessoa contratada a mais de seis meses pela universidade. No ano seguinte, o bônus foi de R$ 1.500. Em 2010, a equipe de 15 mil funcionários e 5 mil professores não receberá qualquer quantia adicional.
Pela resolução que criou o prêmio seriam levados em conta três critérios: resultados na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), colocação em rankings internacionais e avaliação interna.
Em reunião na última quinta, a comissão formada pelo vice-reitor Hélio Nogueira da Cruz, pró-reitores de cada área e representantes das atividades acadêmicas e dos funcionários decidiu que os últimos dois critérios são vagos por não dizerem respeito a cada ano. "A comissão reconhece que houve uma melhora no período trienal da Capes que, entretanto, não se refere exclusivamente ao ano de 2009", diz o documento que comunica a exclusão do prêmio.
A posição da USP no Ranking Webometrics desceu da posição 38 no segundo semestre de 2009 para 122 no mesmo período de 2010, no Institute of Higher Education Shangai Jiao Tong University, a queda foi do 115º lugar para 143º, no Higher Education Evaluation and Accreditation Council of Taiwan, passou da 78ª posição para a 74ª e na Times Higher Education Supplement, de 207ª para 232ª. Os examinadores sempre analisam a produção do ano anterior, logo o ranking de 2010 diz respeito a 2009.

09 dezembro, 2010

Inep divulga cidades que terão nova prova do Enem

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O Inep divulgou nesta quinta-feira a lista de cidades onde será aplicada nova prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para os alunos prejudicados por erros de impressão no caderno amarelo do exame, que aconteceu no dia 6 de novembro. A nova prova será aplicada em 218 municípios de 17 Estados do país, no dia 15 de dezembro. Veja o local da sua prova Para ver o local da nova prova, o estudante deve acessar o site do Inep e informar seu CPF e uma senha. Leia mais (09/12/2010 - 11h10)

08 dezembro, 2010

Elas lêem melhor que eles em todos os países

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Cinthia Rodrigues, iG São Paulo

Nos 65 países avaliados pelo Pisa, meninas foram melhor em leitura. Em matemática e ciências não há unanimidade
Nos 65 países onde 460 mil adolescentes de 15 anos realizaram o Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa), as meninas se saíram melhor que os meninos em leitura. Já em matemática, eles vão melhor em 44 nações e elas, em 11. Na prova ciências a diferença entre gêneros é muito pequena, segundo a Organização para Cooperação dos Países Desenvolvidos (OCDE), responsável pela avaliação divulgada nesta terça-feira.
Em média, a nota feminina foi de 39 pontos a mais do que a masculina em leitura, o que equivale a um ano a mais de estudo segundo a organização. Também há uma diferença entre os percentuais que estão nas duas notas extremas. Entre as meninas, só 3,1% estão com pontuação até o nível 1 (o menor), que é considerado abaixo do básico e 10% ultrapassam o nível 5 (o mais alto). Já entre os meninos, 8,4% fizeram até 1 e só 5,3% mais que 5 (veja o que significa cada nível no gráfico com ranking).
No Brasil a diferença foi de 28 pontos, o que significa que, sem elas, a média não atingiria o nível 2 em leitura.
Eles calculam (um pouco) melhor
Em matemática, a média dos estudantes masculinos é 12 pontos mais alta do que a média das adolescentes. Entre os 44 países em que eles vão melhor que elas com os números, está o Brasil, onde os meninos fizeram 16 pontos a mais que as meninas. Em outros 11 países elas conseguiram superá-los.
Em ciências, a OCDE considera que não há diferença entre sexos. A média fica dentro da "margem de erro em 48 países" incluindo o Brasil, onde os jovens fizeram 3 pontos a mais que as jovens. Em 14 países os meninos fizeram 10 pontos a mais e em 4, as meninas é que obtiveram esse resultado.

07 dezembro, 2010

Alunos da rede federal estão entre os melhores do mundo

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Priscilla Borges, iG Brasília

Média obtida em avaliação internacional por eles supera a de países como Canadá e Reino Unido e encosta no Japão
Se a maioria dos estudantes brasileiros não consegue ler, fazer cálculos matemáticos e compreender a ciência como a maioria dos jovens de países desenvolvidos como Inglaterra, França, Estados Unidos, Canadá e Japão, há um grupo seleto de alunos do País que consegue até superá-los quando o assunto é o Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa).
As notas do último exame educacional, criado pelos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para verificar a qualidade de ensino nos países desenvolvidos e parceiros, mostram que os estudantes da rede federal de educação básica obtiveram desempenhos tão bons ou até superiores aos de muitos alunos que vivem em países muito desenvolvidos.
Relatório divulgado pela OCDE aponta que a nota em leitura desses estudantes da rede pública federal ficou em 535. A média dos países desenvolvidos na área é de 493 pontos. Em matemática, a situação se repete. Foram 521 pontos obtidos pelos alunos da rede federal contra 495 da OCDE. Em ciências, os brasileiros ficaram com 528 e os desenvolvidos, 500 pontos. A média geral da rede ficou em 528.
Essa média está à frente de países como França, Estados Unidos, Israel, Espanha, Reino Unido, Dinamarca, Alemanha, Austrália e Canadá. Só perde para a o Japão (529 pontos), Coréia (541), Cingapura e Finlândia (543), Hong Kong (546) e Shangai (577). Vale lembrar que a China preferiu não colocar todas as províncias e regiões do país para realizar as provas. Apenas algumas participaram do Pisa.
"É uma rede pequena, mas é a prova de que o setor público sabe oferecer uma boa educação. Para isso, tem de remunerar bem o professor, investir em laboratório e investir em educação integral. Todos são componentes do sucesso educacional", ressaltou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Os estudantes das escolas federais ficaram com resultados melhores do que a rede privada brasileira.

Notas por redes de ensino
Dependência administrativa Média Leitura Matemática Ciências
Rede pública federal 528 535 521 528
Rede privada 502 516 486 505
Rede pública (estadual e municipal) 387 398 372 392

Público e privado
Na rede particular, os resultados também foram bons. A média geral dos alunos dos colégios privados nas três áreas do conhecimento foi de 502 pontos, com destaque para leitura (516 pontos). A rede pública estadual e municipal, no entanto, apresenta diferenças gritantes de desempenho. A média geral desses estudantes foi de 387 pontos. A nota mais alta, em leitura, foi de 398.
Para Haddad, apesar das diferenças, o País está no caminho certo e deve aprender com as boas práticas nacionais e internacionais. "O sistema educacional brasileiro está reagindo aos estímulos. Crescemos 17 pontos no último triênio. Aparentemente, estamos no rumo certo", pondera. "O ingrediente do sucesso é dar mais autonomia combinada com mais responsabilização", defende.
O ministro acredita ainda que a realização das olimpíadas de conhecimento, especialmente a de matemática, pode ter influenciado positivamente na melhora das notas dos brasileiros na disciplina. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pede "toda semana" que o ministério crie agora os jogos de incentivo ao estudo das ciências.

01 novembro, 2010

Capes disponibiliza link para webconferência sobre OBMEP

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via Página Inicial by edson.morais@capes.gov.br (Assessoria de Comunicação Social) on 10/29/10

Nesta segunda-feira, 25, a Diretoria de Educação Básica Presencial (DEB) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) promoveu uma webconferência sobre a Olimpíada Brasileira de Matemática nas Escolas Públicas (OBMEP). Estiveram presentes no evento o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, e o diretor da DEB, João Carlos Teatini.
A conferência foi conduzida pela profª Suely Druck, diretora da OBMEP e membro do Conselho Técnico Científico da Educação Básica da Capes, que apresentou os materiais didáticos produzidos pela OBMEP e entusiasmou os participantes com a riqueza e a criatividade dos livros publicados. Para que aqueles não puderam acompanhar o encontro tenham acesso ao que foi apresentado, a Capes publica aqui uma edição da webconferência. Todo o material apresentado na ocasião pode ser encontrado na página da OBMEP.
Interessados em receber um exemplar impresso do Banco de Questões 2010 devem encaminhar e-mail para carmen.neves@capes.gov.br.

01 outubro, 2010

Escritor apresenta 25 "grandes mistérios da humanidade"

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Paul Aron investiga fenômenos intrigantes da humanidade

Escritor apresenta 25 "grandes mistérios da humanidade"


Divulgação
Paul Aron investiga acontecimentos intrigantes da humanidade
Por que os faraós construíram as pirâmides? O que são as linhas de Nazca? Por que a civilização maia chegou ao fim? Seria possível salvar o Titanic? Algumas dessas perguntas estão sempre no ar. Elas mantêm acesa a curiosidade e o fascínio em torno de algumas das mais incríveis histórias da civilização humana. O escritor e jornalista Paul Aron investigou a fundo 25 desses fatos históricos e coloca mais lenha na fogueira no livro "Mistérios da História - uma investigação sobre os acontecimentos mais intrigantes de todos os tempos" (Manole). Sobre as pirâmides, esse "detetive da história" diz que o fato de nunca ter sido encontrado um faraó em seu túmulo gerou inúmeras teorias. Uma das hipóteses foi levantada pelo físico Kurt Mendelssohn. Em 1974, ele afirmou que as pirâmides eram projetos urbanísticos e não túmulos. Segundo Mendelssohn, o objetivo era criar uma identidade nacional egípcia para um conjunto de tribos dispersas. Isso explicaria a existência de mais de uma pirâmide para alguns faraós. Um dos grandes construtores do Egito, o faraó Snerfu, mandou erguer três delas. Leia mais (23/09/2010 - 19h19)

19 setembro, 2010

Por que a escola não pode ser assim? Divertida e Interessante

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via Caldeirão de Ideias by robsongarciafreire@gmail.com (Robson Freire) on 9/12/10


Olá Amigos

Vi esses vídeos na internet e eu adorei, pois eles trazem um conceito que eu acho e que pode mudar o jeito de ensinar e aprender. O principal objetivo é tornar o aprendizado prazeroso e divertido. Vi também algumas coisas do Francesco Tonucci, como essas ilustrações que remetem ao que tenho debatido e pregado por aqui, sobre a escola ser um espaço livre e prazeroso.

Legal demais as imagens do Frato (codinome do Francesco Tonucci).

Os vídeos fazem parte do projeto da Wolkswagen intitulado The Fun Theory , dedicado ao pensamento de que algo tão simples quanto divertido é a maneira mais fácil de mudar o comportamento das pessoas para melhor. Seja para si mesmo, para o ambiente, ou para algo completamente diferente, a única coisa que importa é mudar para melhor.

Resumindo ele prega que as pessoas façam as mesmas coisas que as vezes deixam de fazer, por apenas terem ficado mais divertidas. Quando se faz com prazer (tesão mesmo) tudo fica melhor, mais divertido, mais gostoso. É uma escola deve ser um lugar prazeroso. O aluno deve sim gostar de estudar, pois gostar de ir a escola ele gosta. A escola hoje é um Orkut real onde eles encontram a maioria dos seus contatos de redes sociais.

Agora então veja os vídeos:




Muito legal os vídeos e principalmente o conceito.

Mas como tornaríamos a escola esse lugar divertido?

Menos conteúdos, mais interação, mais TICs, mais coração e principalmente um lugar onde o aluno REALMENTE se sinta parte dele.

Abraços

Equipe NTE Itaperuna

19 agosto, 2010

Pense nisso e reflita



via Caldeirão de Ideias de robsongarciafreire@gmail.com (Robson Freire) em 07/08/10


"Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender"

16 agosto, 2010

A Ciência na Escola

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via Educação a Distância by Ana on 7/31/10


De tempos em tempos aparece um cientista pop, uma espécie de Professor Pardal com uma incrível capacidade de atrair corações e mentes. Em meados dos anos 1980, Carl Sagan era a grande referência, nos anos 1990 apareceu o Stephen Hawking e sua breve história do tempo e, atualmente, a estrela da hora é Michio Kaku. Eu poderia incluir o nosso representante brasileiro, Marcelo Gleiser, mas não tenho certeza se ele se enquadra no perfil pop, assim como Sheldon Cooper - do seriado "The Big Bang Theory"- está fora do ranking por razões óbvias (apesar do episódio com seu debate sobre a teoria das cordas ter me esclarecido muito mais do que muitas palestras sobre o tema). Todos eles escreveram livros tentando tornar a ciência mais "acessível" ao grande público, deram entrevistas em programas de televisão e saíram com frequência em jornais e revistas. A entrevista do renomado físico popstar Kaku traz algumas questões interessantes sobre o que é a ciência, sobre a necessidade de sua permanente divulgação e os seus benefícios para a humanidade. Kaku é categórico ao afirmar (ainda que exageradamente) que a ciência é a única fonte de progresso e das melhorias para a humanidade. Embora eu discorde da neutralidade da ciência e sua capacidade de mudar o mundo sempre de forma positiva, estou de acordo que ela precisa ser acessível. Isso significa que a ciência tem que fazer parte da Educação Básica, o objetivo no ensino das disciplinas da grade curricular deveria ser a sistematização do conhecimento e a construção do pensamento científico. Quando eu estava escrevendo a minha dissertação, eu usava o verbo "achar" a torto e a direito até que um dia o meu orientador me disse: ou você tem certeza e afirma, ou vai embora! Ora, eu passei todo Ensino Fundamental, o Ensino Médio, a Graduação e uma Especialização sem que nenhum professor me corrigisse. Eu "achava" e ganhava dez, quase sempre... Poderíamos pensar que hoje é diferente, afinal os tempos mudaram. Mudaram mesmo, porque os professores continuam repetindo mecanicamente os livros didáticos e não dão conta do volume de informação (muitas equivocadas) que os alunos trazem em suas pesquisas no mundo virtual. Não se consegue sistematizar o volume de informações, as informações não são transformadas em conhecimento e metodologia parece o nome de uma doença de pele que ninguém sabe bem como curar. Enquanto isso, na minha cidade natal, os gestores públicos estão colocando técnicos dentro das salas de aula com cronômetros (deve ser para calcular em quanto tempo eles vão f* de vez com a educação). Kaku está certo, é preciso difundir a ciência para os leigos, mas seria bem melhor se ela fosse propagada ainda na Educação Básica. Aí sim, poderíamos produzir ciência e cientistas.


30 julho, 2010

Abertas inscrições para Olimpíada Brasileira de Robótica

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iG São Paulo
Estudantes do ensino médio de todo o País têm até o dia 27 de agosto para se inscrever na competição.
Estão abertas as inscrições para a quarta edição da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Podem participar alunos e professores do ensino médio, técnico ou normal, de escolas públicas ou privadas de todo o País.  As competições incluem provas teóricas, com resoluções de robótica, e práticas, com robôs construídos pelos competidores. As provas escritas serão baseadas em conteúdos da grade curricular do aluno de acordo com sua série.
As inscrições são gratuitas e o prazo de cadastro vai até 27 de agosto e a primeira etapa de provas será realizada em setembro, nas escolas participantes. Neste ano, a prova prática terá o tema 'Resgate', na qual cada escola e cada grupo luta para superar seus próprios limites. Nos últimos anos, o tema era "sumô de robôs". A mudança ocorreu pois a organização constatou que este tema atraía mais meninos do que meninas.
A olimpíada premiará com certificados e medalhas alunos e professores e prevê ainda curso gratuito de robótica para os melhores classificados. As provas finais serão realizadas em outubro, no centro universitário da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), em São Bernardo do Campo (SP).
Os melhores do Brasil participam, em junho de 2011, da competição mundial da RoboCup Federation, em Istambul, na Turquia. A RoboCup Federation é uma das maiores associações mundiais relacionadas à pesquisa e divulgação da robótica.

Notas do Enem devem ser olhadas com cautela, dizem especialistas

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Priscilla Borges, iG Brasília
Como o exame é voluntário, muitos alunos deixam de participar. Há escolas que ficam sem notas e resultados podem ocultar problemas.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou por mudanças drásticas em 2009. O número de provas aumentou, mais conteúdos são cobrados e as notas são calculadas de uma nova maneira. Mas uma característica básica ele não perdeu: o caráter voluntário. Só participa do exame, o aluno que quer. A avaliação – ao contrário do que gostariam muitos especialistas – não é obrigatória para todos os jovens que concluem o ensino médio.  


Com isso, os resultados das escolas no exame, divulgados nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), geram dúvidas e polêmicas entre escolas e especialistas. Muitos criticam os rankings elaborados a partir das notas obtidas pelos estudantes de cada colégio. Os críticos argumentam que, sem a participação de todos os alunos das escolas, é impossível avaliá-las de fato.
Wanda Engel, presidente do Instituto Unibanco, ressalta que não é contra a avaliação do ensino oferecido nas escolas públicas e particulares do País. Ela defende a criação de um teste universal e obrigatório para o ensino básico. "Na verdade, estamos falando de avaliação de escolas, utilizando um instrumento que não é para isso. O Enem é um exame para o aluno, que é voluntário. Só fazem os que almejam ir para a universidade", diz.
A especialista ressalta um problema reconhecido até pelo presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), José Augusto de Mattos Lourenço. "As escolas podem incentivar que os melhores alunos façam as provas e desestimular os piores. Com isso, ela sai bem na foto. Precisaríamos de um teste universal e obrigatório. Enquanto não tivermos isso, os resultados são aproximações, não a realidade exata", afirma Wanda.
José Augusto concorda. Segundo ele, em 2008, apenas 23% dos alunos da rede particular fizeram o exame. "Não podemos achar que o ranking diz mesmo quem são as melhores escolas. O Enem não revela isso", opina. O próprio Inep recomenda cuidado ao analisar os dados.
Além da participação voluntária, o presidente do instituto, Joaquim José Soares Neto, afirma que a amostra pequena de participantes pode tornar a média pouco representativa da realidade de algumas escolas. "A sociedade se interessa por esse dado e é obrigação do estado mostrá-los à população", justifica a divulgação do Enem por escola.

Metodologias

Observando os dados do ranking, é possível notar o número de alunos matriculados no 3º ano do ensino médio em cada escola e ainda saber quantos deles fizeram os testes. Se menos de dez alunos tiverem feito a redação, mas mais do que isso tiver respondido as provas objetivas, o Inep divulga as médias das provas objetivas, mas não há nota global disponível.
O iG elaborou o ranking apenas com as notas globais (provas objetivas e redação), para se ter uma avaliação mais completa. As escolas cuja taxa de participação – relação entre o número de matriculados no terceiro ano na escola e a quantidade de participantes no Enem – foi inferior a 2% e as escolas em que menos de dez participantes participaram do exame também estão fora da lista, pois não tiveram médias totais divulgadas. No ranking, foram consideradas somente as notas do ensino médio regular.
Neto lembra que, a partir do ano que vem, será possível comparar a evolução das escolas, por causa da nova metodologia escolhida para o Enem – a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Segundo ele, a TRI verifica a proficiência dos candidatos de forma comparável ao longo do tempo. "A TRI permite que as notas sejam colocadas em uma escala comparável", diz. No modelo antigo, isso não era possível.

19 julho, 2010

Receita de sucesso das campeãs no Enem

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Priscilla Borges, iG Brasília
Para especialistas, aulas em tempo integral, valorização dos professores e avaliação sistemática são práticas diferenciais
A receita de sucesso das três escolas que obtiveram os melhores desempenhos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2009, segundo elas mesmas, guarda semelhanças. Apesar de contextos regionais distintos – a primeira está em São Paulo, a segunda em Teresina (PI) e a terceira no Rio de Janeiro – os colégios desenvolvem muitas práticas comuns. Algumas delas consideradas pelos especialistas essenciais para uma boa educação. (Confira aqui o ranking completo das escolas no Enem)
O Vértice, escola da capital paulista que está no topo das melhores, o Instituto Dom Barreto, e o Colégio São Bento são privadas, oferecem poucas vagas a cada ano (no Vértice, por exemplo, são apenas 100 para todas as séries), selecionam bem os estudantes que entrarão na escola, se destacam nos resultados de muitos vestibulares. As coincidências continuam no fato de oferecem aulas em tempo integral (sete horas), valorizarem os profissionais que trabalham na escola e aplicarem inúmeras avaliações aos alunos.
Para os especialistas, os ganhos com a educação integral nessa etapa da educação básica é consenso. A coordenadora do curso de pedagogia da Universidade Católica de Brasília (UCB Virtual), Olga Cristina Rocha, acredita que o tempo extra de aulas aumenta o aprendizado do adolescente. "O ensino integral faz toda a diferença se o aluno pode ter acesso, além dos conteúdos curriculares, à prática de esportes e a experiências que aumentem a cultura geral, estimulem a criatividade e o desenvolvimento de raciocínio lógico, talentos. É uma oportunidade de trabalhar o conhecimento integral do estudante", pondera.
César Callegari, integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), diz que as atividades extracurriculares oferecidas na escola, integradas ao projeto político pedagógico do colégio, formam jovens mais capazes de enfrentar a realidade. "Não podemos oferecer uma única fonte de informações e conhecimento. Não podemos formar meninos prontos para os desafios do mundo de hoje, com um esquema escolar do século 19", afirma.
A valorização dos profissionais que trabalham na escola – sejam professores ou funcionários – também são reconhecidos como fundamentais por quem pesquisa e propõe mudanças na educação. As campeãs do ranking no Enem 2009 contam que incentivam a especialização dos professores, bancando cursos de mestrado e doutorado de interesse dos docentes. No Vértice, a regra também vale para os funcionários e os professores ganham, em média R$ 7 mil. No Dom Barreto, há ainda uma peculiaridade: ex-alunos professores têm preferência na contratação.
Callegari acredita que o investimento nos profissionais da educação é a chave para o sucesso do processo educacional. "Se você não tem o profissional reconhecido e estimulado, não consegue bons resultados", comenta.
Olga afirma que plano de carreira e formação continuada são fundamentais até para que o professor consiga estar preparado e engajado para oferecer educação de qualidade, conectando ferramentas novas e conhecimento.
"É muito legal contratar professores que tenham maior envolvimento com a escola. Mas como pensarmos em repetir essa boa prática nas escolas públicas se elas não têm autonomia para isso?", questiona Wanda Enge, presidente do Instituto Unibanco. Ela aproveita para criticar o ranqueamento das instituições por meio do Enem.
Avaliações recorrentes
Os coordenadores pedagógicos ou diretores dos colégios campeões ouvidos pelo iG contaram que os estudantes estão acostumados a fazer diferentes avaliações. Semanalmente, fazem provas e simulados. O que poderia ser um desgaste para o aluno, segundo elas, é solução. A explicação é simples: elas são corrigidas e discutidas com os alunos, que não acumulam dúvidas e não deixam conteúdos não-compreendidos para trás.
Wanda lembra que diferentes estudos já demonstraram que avaliações sistemáticas e retorno dos resultados aos alunos são muito eficientes para o processo de ensino e aprendizagem. "A avaliação contínua que dá ao jovem o feedback sobre o que ele precisa para ter promoção nos estudos é fundamental", garante.
Outro ponto levantado pelas escolas e apoiado pelos especialistas é a proximidade com a família. No Vértice, eles consideram a boa relação entre pais, professores, alunos e escola essencial para o sucesso dos estudantes. No Dom Barreto, os coordenadores ligam e conversam pessoalmente com os pais sobre o desempenho dos alunos.
De acordo com os coordenadores do São Bento, a evolução da maturidade e do relacionamento dos alunos com as outras pessoas da escola é feito de perto. A disciplina e o comportamento nas campeãs são valorizados também.
"A participação direta dos pais é extremamente positiva. Os pais não podem achar que escola é responsável exclusiva pela educação dos alunos. É importante que eles discutam com os colégios a educação que querem para os filhos no dia-a-dia, não em documentos", ressalta a pedagoga Olga Rocha.
Diferenças
Além das semelhanças citadas, os coordenadores das escolas top apontam o uso de recursos multimídia como corriqueiros nas salas de aulas dessas escolas e importantes para o bom desenvolvimento das aulas. Outros quesitos, no entanto, se divergem. No São Bento, o ensino religioso e a tradição (somente meninos podem estudar lá) são elencados como critérios diferenciais de qualidade de ensino.
No Vértice, o uso de apostilas adquiridas de outro sistema de ensino ao material próprio recebe elogios também. Em todas, a disputa pelas vagas é acirrada e a seleção, bem feita. No Vértice, a lista de espera por uma vaga é longa. Alguns passam por provas. Outros "experimentam" o colégio por um dia. O Dom Barreto abre apenas dez novas vagas por série a cada ano e há teste para entrar, assim como no São Bento.
Wanda Engel lembra que essa seleção explica muito os resultados dessas escolas. "Seja a seleção por testes ou socioeconômica por causa das mensalidades representam a escolha de um conjunto de crianças que, desde o pré-natal teve inúmeras oportunidades de desenvolvimento de suas potencialidades. As escolas produzem a partir do capital humano criado pelos pais", argumenta.
* Colaboraram Carolina Rocha, iG São Paulo, e Raphael Gomide, iG Rio de Janeiro

20 junho, 2010

Professor X Inovação: uma batalha perdida?

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via Professor Digital by profjc on 6/9/10

Há duas décadas atrás havia uma pergunta bastante frequente quando se falava em computadores e novas tecnologias: "será que um dia os computadores vão substituir os professores?". Era o início da chegada dos computadores de forma massiva e, assim como ocorreu com o surgimento do rádio, e depois da televisão, do videocassete e tantas outras inovações, eram muitas as dúvidas sobre a possibilidade do professor perder a sua "função" e vir a ser substituído por uma dessas maquinetas. Mas uma coisa era tida como certa por quase todos: apesar das dúvidas, havia no fundo a certeza de que o professor jamais seria substituído por nenhuma máquina ou sistema tecnológico.
Estávamos errados! O tempo passou e, de fato, o professor daqueles tempos perdeu mesmo sua "função" para o computador e para as novas tecnologias de informação e comunicação que foram surgindo. Ainda temos professores nas escolas, e continuaremos a tê-los por muito tempo (pelo menos pelo tempo que durar a escola formal), mas a "função" que esse professor tinha há 20 anos atrás já amarelou e se apagou como as fotos antigas, e hoje já pode ser dispensada.
Alguns professores mudaram sua forma de atuação e "evoluíram junto com a sociedade", mas aquele professor cuja metodologia de hoje é a mesma de 20 anos atrás, esse já pode ser substituído pelos computadores com grande vantagem para o aluno e para a sociedade. Dito dessa forma pode até parecer cruel demais, ou mesmo um "exagero", mas essa é a dura realidade que vemos nas escolas reais.
Há 20 anos atrás a escola era essencialmente conteudista, propedêutica, excludente, hierárquica e mecanicista. O professor era uma figura adaptada a seu tempo, porque a escola de então tinha as mesmas características fundamentais da escola de quando ele, professor, esteve sentado em seus bancos, e de quando seus professores a frequentaram. Na verdade, a escola como instituição formal de ensino, e o professor, como figura central no processo de ensino e aprendizagem, tem mantida suas características principais desde que foi trazida da Europa pelos jesuítas, ainda no século XVI.
Eu aprendi a ser professor com os meus professores. Os meus professores aprenderam com os professores deles, que aprenderam com os professores deles, que aprenderam… E a regressão continua quase "ad infinitum". Professores não aprendem a ser professores apenas na universidade, em cursos de pedagogia ou licenciaturas, ou lendo "teorias educacionais". Professores aprendem a ser professores com todos os seus próprios professores, desde a primeira série escolar até o último ano da faculdade (ou da pós-graduação). Professores reproduzem não apenas conhecimentos curriculares, mas também técnicas, comportamentos, atitudes e ideologias que assimilaram durante sua formação. Professores são, essencialmente, réplicas ligeiramente modificadas de outros professores. E, se não fosse assim, como teriam se tornado em professores?
É certo que com o passar de muitos anos o professor vai adquirindo sua própria personalidade pedagógica, da mesma forma que adquire sua personalidade individual, em uma eterna luta para superar aquilo que ele mesmo julgava falho nos modelos de professores que ele teve quando era aluno. Mas, se por um lado essa é uma atitude consciente do professor que busca sua identidade própria, por outro, há milhares de comportamentos inconscientes que apenas reproduzem os modelos que ele teve durante sua própria formação. O professor que não toma consciência da necessidade de mudar sempre, este acaba não mudando quase nunca.
O que nós, professores, fazemos hoje de forma diferente da maneira como nossos professores fizeram a seu tempo? O que podemos julgar inovador, moderno, ajustado aos novos tempos e benéfico para nossos alunos? Quantos somos realmente "originais"? Nossos alunos são diferentes a cada ano, o mundo é diferente a cada novo dia, e nossa escola? E nós, professores?
A arquitetura dos prédios escolares, a disposição das salas de aula, o quadro negro (ou branco, ou verde, pouco importa), o giz, a caderneta, o caderno de anotações, as provas e a forma de avaliação, os conteúdos curriculares, a dinâmica das aulas, as cadeiras enfileiradas, a relação hierárquica com os alunos…. O que mudou na escola? O que mudou em nossas práticas pedagógicas, em relação aos nossos próprios professores?
Para alguns de nós, professores, há uma percepção clara de que muita coisa mudou. Mas mudou no mundo, não necessariamente em nós mesmos. Vemos uma escola complexa, alunos complexos, uma sociedade complexa, uma tecnologia complexa… Mas não nos vemos nessa complexidade. Nem sempre queremos ser parte dessa complexidade. Ainda pensamos "simples", de forma "linear", somos pautados por exemplos de pensar e agir que foram os únicos que tivemos. Então tudo nos parece estranho e complexo. Por isso tendemos a julgar que tudo piorou: porque não compreendemos, e porque tememos e desgostamos de tudo aquilo que não somos capazes de compreender.
É nesse contexto que "perdemos nossa função". A escola atual, os alunos atuais, o mundo atual e suas múltiplas complexidades já não precisam mais de um professor "simples", "linear" e limitado a reproduzir apenas aquilo que já foi reproduzido nele mesmo por seus próprios professores. Devemos muito aos nossos professores, sem dúvida, mas devemos mais ainda aos nossos alunos. Nossos professores estavam certos, ao tempo deles, e nossos alunos estão certos agora, no tempo que a eles pertence. O erro, que muitas vezes dói em nós ao ser percebido, a ponto de fazermos tudo para não percebê-lo, é que muitos de nós ainda lecionamos como nossos pais, avós e bisavós pedagógicos.
O computador e as novas tecnologias não poderão nunca substituir o professor como figura central do processo de ensino e aprendizagem, mas certamente já pode exercer a "função" que muitos professores exerciam há 20 anos atrás e que alguns de nós ainda tenta exercer hoje: "servir de depósito de informações". A internet é, com certeza, um repositório de informações e respostas prontas muito maior do que qualquer professor individualmente.
Se pudéssemos traduzir o pensamento que nossos alunos expressam em suas atitudes de pouco caso, desinteresse e mesmo de desilusão com a escola, estabelecendo um paralelo entre o que fomos, nós professores, e o que são eles, os nossos alunos de hoje, talvez encontrássemos algo como: "Já não precisamos de professores que apenas tragam as informações para nós, o Google é mais rápido e eficaz nessa função. Não precisamos mais de lousa, ou mesmo de livros, para apenas copiar textos e depois reproduzir em provas e trabalhos, pois um simples CTRL+C seguido de um CTRL+V faz isso por nós. Não podemos ficar 50 minutos oferecendo nossa atenção integral a um professor que faz um monólogo triste sobre um tema que não nos interessa; nós queremos mais ação, mais rapidez, mais objetividade, mais interatividade, mais mobilidade, mais socialização, mais desafios. Já não tememos vocês, professores, e não compreendemos o significado de 'hierarquia'; não queremos ficar enfileirados o tempo todo e nem presos às nossas cadeiras, ou trancados em nossas salas. Enfim, não queremos ser como vocês foram".
A opção pelo uso pedagógico dos computadores e das novas tecnologias não é, e jamais deve ser entendida como, simplesmente "uma nova maneira de maquiar velhas práticas educacionais", mas sim uma opção ideológica por romper com essas práticas. Não se pode pensar no uso das novas tecnologias sem pensarmos na mobilidade da informação, mas também, na mobilidade dos alunos. Não se pode pensar no uso dos computadores e da internet sem termos em mente que eles implicam em novas dinâmicas de aula, novas abordagens curriculares e novos currículos, novas práticas de ensino, uma nova didática e novas regras de convivência social no ambiente da escola.
As TICs não cabem no espaço pedagógico reduzido e pobre da velha escola, elas precisam de uma nova escola, de um novo professor. Talvez por isso seu uso tenha sido um fracasso em muitas escolas. As TICs e os alunos já vivem uma sinergia natural fora dos muros da escola; não se pode inseri-las na escola apenas como uma muleta para uma pedagogia capenga. A escola tornou-se uma ilha de exclusão, um museu pedagógico de velharias didáticas. E esta ilha está afundando rapidamente no meio do oceano das novas tecnologias, novas metodologias de aprendizagem e novas práticas didáticas.
O professor que atua hoje como atuava há 20 anos atrás já perdeu a batalha contra as "modernizações" e já pode ser considerado um dinossauro pedagógico em extinção. Tudo o que ele pode fazer por seus alunos é ensinar história: a história de como éramos quando o mundo era muito diferente do que é hoje e ainda mais diferente do que será quando seus alunos já estiverem fora da escola formal. Qualquer computador conectado à internet pode dar mais oportunidades de aprendizagem ao aluno atual do que esse professor.
A causa primeira que levou esse professor ultrapassado a perder a batalha que todos pensávamos ser imperdível, a ponto de poder ser substituído por máquinas que não pensam, não foi apenas o descaso para com as novas tecnologias digitais, a preguiça que o impediu de continuar aprendendo sempre, ou toda a lista de dificuldades que esse mesmo professor aponta como razões para seu fracasso. O que tornou esse professor ultrapassado foi a falta da modernização de sua tecnologia educacional. As TICs podem não ser a solução para os problemas desse professor, mas certamente são parte importante dos problemas que ele não soube enfrentar.

05 junho, 2010

Dia Mundial do Meio Ambiente é marcado por mudanças de atitude

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Práticas simples podem colaborar para a preservação do meio ambiente. Saiba o que você pode fazer para ajudar
O Dia Mundial do Meio Ambiente chegou e adotar ações que ajudem a natureza pode ser uma ótima maneira para comemorar a data. Ao menos é o que propõe a organização não-governamental IEEE Green Your World – Torne Verde o Seu Mundo – que convidou as pessoas a participarem de um desafio. (Veja fotos da comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente pelo mundo)
A ideia é convidar a população a se comprometer a fazer coisas simples, mas que podem trazer grandes benefícios ao meio ambiente. Conheça alguns exemplos de atitudes que estão ao alcance de qualquer pessoa:
- Substituir lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas (CFLs),ou lâmpadas com diodos emissores de luz (LEDs);
- Encontrar um local de reciclagem de eletrônicos e descartar computadores, TVs e celulares antigos, de maneira ecologicamente consciente;
- Reduzir o consumo doméstico diário de água;
- Reflorestar sua comunidade, plantando árvores ou cultivando um jardim;
- Desligar da tomada os aparelhos eletrônicos que não estão sendo usados.
Apesar de a proposta da IEEE ter sido lançada na semana que antecede o Dia Mundial do Meio Ambiente, é importante que as novas atitudes sejam incorporadas no dia-a-dia de cada cidadão, como ressalta Sâmia Maria Talku-Tornisielo, engenheira ambiental do Centro de Estudos Ambientais da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Rio Claro. "A grande maioria do povo brasileiro ignora essas ações. Não quer mudar e acha que isso tudo é balela, mas é nítido que o planeta está passando por mudanças causadas, principalmente, pela ação do homem", afirma Sâmia.
De acordo com a engenheira ambiental, é preciso ter uma mudança de comportamento na população brasileira e dá dicas nesse sentido:
- Reuso de água: o que é despejado da máquina de lavar pode ser usado para lavar o quintal ou no vaso sanitário, ou qualquer grande descarte de água;
- A manutenção ou substituição de equipamentos - como sifões vazando, encanamentos antigos, entre outros -, pode garantir a economia de água;
- Diminuir o tempo de banho para economizar água, energia ou gás;
- Fechar a torneira ao lavar a louça e escovar os dentes;
- Fazer a captação da água da chuva e utilizá-la no vaso sanitário, para lavar quintais, regar as plantas e etc;
- Apagar as luzes em ambientes que não estão sendo usados;
- Diminuir a quantidade de detergente ao lava a louça;
- Adotar a bicicleta como meio de transporte, quando possível.
Para Sâmia é importante que haja também uma mudança na arquitetura das casas para que elas sejam mais bem iluminadas, ventiladas e aquecidas. "Muitas vezes temos que ficar com as luzes acesas durante o dia porque a luz do sol simplesmente não entra no ambiente. Ou usamos o ar condicionado quando abrir as janelas já bastaria para ventilar o local. Isso precisa mudar e assim conseguiremos usar a estrutura a nosso favor", explica.

Água: um bem escasso

Um dos recursos que mais podem ser afetados com o desequilíbrio ambiental é o fornecimento de água. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que a Terra possui cerca de 1,4 bilhões de km3 de água, mas apenas 2,5% do total é formado por água doce - 35 milhões de km3.
Deste total, cerca de 24 milhões de km3, 70% do total de água doce do planeta, está em forma de gelo ou neve permanente em regiões montanhosas, no Ártico e na Antártida. Os 30% restantes são constituídos por águas subterrâneas (bacias rasas e profundas de até 2 mil metros, umidade do solo e águas de pântanos, o que representa cerca de 97% da água doce do planeta disponível para consumo humano.
Lagos de água doce e rios são responsáveis por 105 mil km dessa água, ou seja, 0,3%. O total de suprimentos de água doce utilizável pelo homem e outros ecossistemas gira em torno de 200 mil km3, menos de 1% dos recursos.
De acordo com Paulo Costa, diretor da H2C – consultoria especializada em projetos de implantação de programas de uso racional da água -, o Brasil detém 13% dos suprimentos de água doce do planeta. E a abundância dos recursos vem permitindo que a população gaste mais do que o recomendado. "No Brasil gasta-se entre 450 e 650 litros de água por dia por habitante, enquanto a média sugerida pela ONU é de 110 litros. As classes média alta e alta são as maiores responsáveis por esse consumo. Precisamos mudar e fazer com que o nosso País seja referência em preocupação com o meio ambiente e com a água. O brasileiro é irresponsável diante disso, ainda mais sendo o país que detém uma parte tão grande desse suprimento", afirma Costa.
Segundo o diretor, só cinco países do mundo consomem água dentro dos padrões da ONU. Alemanha, Bélgica, Hungria, República Tcheca e Portugal são modelos nesse quesito. A causa desta conscientização é a orientação. "A educação ambiental para alunos do ensino fundamental foi inserida na grade curricular desses países há uma geração, cerca de 25 anos. Hoje esses alunos são adultos e estão constituindo famílias com uma consciência diferente. Isso já faz toda a diferença no comportamento dessa população", explica.

02 junho, 2010

Disputa por manuscritos de pai da genética

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Descendentes de Mendel e mosteiro austríaco brigam por documentos de Mendel

Uma disputa eclodiu entre os descendentes do pai da genética, Gregor Mendel, e um mosteiro austríaco por causa de um dos manuscritos do cientista, noticiou um jornal austríaco nesta quarta-feira.

A família acusou a Ordem Augustiniana, em Viena, de pressionar o sobrinho-tataraneto de Mendel, padre Clemens, ele próprio um monge augustiniano, a entregar a eles o manuscrito, noticiou o jornal Die Presse em sua edição online.

O mosteiro vienense negou as acusações. "Não houve pressão", declarou ao jornal seu prior, padre Dominic.

Segundo ele, o manuscrito pertenceu por direito aos augustinianos, destacando que "Mendel foi um monge augustiniano e fez sua pesquisa como um monge augustiniano".

O padre Clemens, de 77 anos, salvaguardou o manuscrito, que tem quase 150 anos, e agora é "hora de devolvê-lo", acrescentou o padre.

Considerado o pai da genética, Mendel formulou as leis da hereditariedade, após estudar plantas no jardim do mosteiro austríaco em Brno, atualmente na República Tcheca, nas décadas de 1850 e 1860.

Seu trabalho é considerado quase tão importante quanto o estudo de Charles Darwin sobre as origens das espécies.

O manuscrito no centro da disputa, "Experimentos sobre a Hibridização de Plantas", do qual foram feitas 40 cópias, na verdade foi descartado por membros de seu mosteiro em 1911, mas foi resgatado por um professor.

Após desaparecer após a II Guerra Mundial, ressurgiu em 1988 em Praga e foi entregue ao padre Clemens, que concordou com familiares em trancá-lo no cofre de um banco em Stuttgart, Alemanha, onde vive.

O manuscrito deveria ter mudado de mãos em 11 de maio, mas a família alertou as autoridades alemãs, que agora investigam se poderia ser classificado como um bem cultural, o que poderia impedir sua exportação.

Até que a questão seja resolvida, o manuscrito ficará com um advogado em Stuttgart, segundo o jornal Die Presse.

01 junho, 2010

Bloglines - A distância e o presencial cada vez mais próximos

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Educação humanista inovadora
Análise das mudanças profundas na educação em todos os seus níveis e em como implementá-las efetivamente,integrando valores humanos, flexibilidade curricular, metodologias inovadoras, tecnologias em rede e interação com a família, o trabalho, a cidade e o mundo. Os textos mais organizados estão em: http://www.eca.usp.br/prof/moran

A distância e o presencial cada vez mais próximos

By Moran

Entrevista feita comigo pelo jornalista Paulo Chico e publicada na Folha Dirigida, 20 a 26/05/2010

Fascinado pela educação a distância e suas possibilidades, José Manuel Moran veio de longe. Nascido em Vigo, na Espanha, cruzou o Atlântico e tornou-se um dos mais respeitados especialistas no uso de tecnologias aplicadas aos processos de aprendizagem. É disso que trata esta entrevista, que tem como foco a instalação da internet banda larga na quase totalidade das escolas públicas do Brasil, meta anunciada pelo Governo federal.

Doutor em Ciências da Comunicação pela USP e Diretor do Centro de EAD da Universidade Anhanguera-Uniderp, Moran é autor de diversos livros, como A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá, pela Papirus Editora, e que acaba de chegar à 3ª edição. Qualificação dos professores, recursos de ambientes virtuais, redes de colaboração e riscos do mau uso da internet foram alguns dos temas abordados pelo educador que, defensor das interações humanas como combustível para a aprendizagem, vê fragilizada a fronteira entre o que é presencial e o que se acredita a distância.
"Uma boa escola precisa de professores mediadores, vivos, criativos, experimentadores, presenciais e virtuais. De mestres menos falantes, e mais orientadores. Precisamos de uma escola que fomente redes de aprendizagem, entre professores e entre alunos. Onde todos possam aprender com os que estão perto e longe, conectados audiovisualmente. Aprender em qualquer tempo e qualquer lugar, de forma personalizada e, ao mesmo tempo, colaborativa", afirma.

Meta do governo federal é de que, até o final deste ano, 92% da população escolar brasileira estejam atendidas por internet banda larga. O que essa medida representa?
Esse é um passo importante para que as escolas possam ter acesso à internet, às redes e à mobilidade. Inicialmente o plano governamental era que todas as escolas tivessem acesso a um laboratório conectado à internet. Mas, com a banda larga, será possível ampliar o acesso, transformando salas de aula, bibliotecas, pátios e outros espaços em lugares de aprendizagem flexível e compartilhada.

Isso de fato é prioridade no cenário da educação brasileira? Não há outras deficiências básicas mais urgentes?
Na educação há muitas frentes importantes. Posso destacar algumas, como as políticas de formação, para atrair os melhores professores, remunerá-los bem e qualificá-los melhor; as políticas inovadoras de gestão, que consistem em levar os modelos de sucesso de gestão da iniciativa privada para a educação básica; o forte apoio ao ensino técnico e tecnológico, integrando-os melhor, de forma que um aluno possa profissionalizar-se antes e ao mesmo tempo seguir um currículo superior mais próximo do que a sociedade necessita; e, por fim, o incentivo a parcerias público-privadas eficientes e constantes, com maior integração de programas e recursos econômicos e tecnológicos.

Como as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) entram nesse pacote?
A inserção no mundo das tecnologias conectadas é um caminho importante para preparar as pessoas para o mundo atual, para uma sociedade complexa, que exige domínio das linguagens e recursos digitais. Em educação não podemos esperar que todos os outros problemas sejam equacionados, para só depois ingressar nas redes. Escolas não conectadas são escolas incompletas, mesmo quando didaticamente avançadas. Alunos sem acesso contínuo às redes digitais estão excluídos de uma parte importante da aprendizagem atual: do acesso à informação variada e disponível de forma online, da pesquisa rápida em bases de dados, bibliotecas digitais, portais educacionais. Estão fora da participação em comunidades de interesse, de debates e publicações online. Enfim, da variada oferta de serviços digitais.

Quais ações correlatas devem ser tomadas para que a informatização das escolas surta o efeito desejado, com salto na qualidade do ensino?
Informatização é mais do que colocar computadores. É conectar todos os espaços e elaborar políticas de capacitação dos professores, gestores, funcionários e alunos para a inserção das tecnologias no ensino e aprendizagem de forma inovadora, coerente e enriquecedora. Os projetos pedagógicos precisam refletir essa integração horizontal e vertical com o currículo. As tecnologias digitais facilitam a pesquisa, a comunicação e a divulgação em rede. Temos as tecnologias mais organizadas, como os ambientes virtuais de aprendizagem – Moodle e semelhantes – que permitem que tenhamos um certo controle de quem acessa o ambiente e do que precisa ser feito nas etapas de cada curso. Além desses ambientes, há um conjunto de tecnologias, que denominamos popularmente de 2.0, que são mais abertas, fáceis e gratuitas, como blogs, podcasts, wikis… Nesses espaços, os alunos podem ser protagonistas dos seus processos de aprendizagem. E isso facilita a aprendizagem horizontal, isto é, dos alunos entre si, das pessoas em redes de interesse. A combinação dos ambientes mais formais com os informais, feita de forma integrada, nos permite a necessária organização dos processos com a flexibilidade da adaptação ao perfil de cada aluno.

De forma prática, como as tecnologias devem ser exploradas? Qual seu uso mais racional e eficaz nas escolas?
O ideal é que estas tecnologias Web 2.0 – gratuitas, colaborativas e fáceis – façam parte do projeto pedagógico da instituição para serem incorporadas como parte integrante da proposta de cada série, curso ou área de conhecimento. Quanto mais a instituição incentiva o trabalho com atividades colaborativas, pesquisas, projetos, mais elas se tornarão importantes. Podem ser utilizadas também para produzir conteúdos interessantes e deixar para o professor o papel de organização das atividades, de discussão, orientação, apresentação dos resultados e sua publicação pelos alunos. Com boas propostas no começo de cada semestre, as possibilidades de motivação dos alunos e professores aumentarão, sem dúvida.

Sem treinamento ou direcionamento pedagógico, o uso da internet pode trazer prejuízos?
A internet é uma projeção de tudo que o ser humano faz de bom e de ruim. Ela tem tudo de mais interessante, resolve um monte de problemas, como pagar contas sem filas. Tem mil vantagens de comodidade de acesso. Ao mesmo tempo, o ser humano coloca ali diversas aberrações, tanto do imaginário quanto das situações reais. Na internet há o acesso à informação para a qual o aluno pequeno não está preparado, na área da sexualidade, pornografia e violência. Isso sempre existiu, mas a internet escancarou a facilidade de acesso. A solução não está principalmente em bloquear ou em não falar disso. Temos que aprender a lidar com as tecnologias. Orientar, acompanhar, porque uma criança pode envolver-se em situações complicadas. A criança, quando percebe que os pais e professores confiam nela e se preocupam, mostra quais sites costuma visitar, ou logo aponta alguma situação anormal. A internet é um meio rico de possibilidades e de problemas. E a escola é um espaço privilegiado de aprendizagem a saber fazer essas escolhas.

Como qualificar os professores? Por que ações neste sentidos caminham em passos tão lentos no Brasil?
O professor demora em torno de dois anos – numa pesquisa feita na França – para dominar as tecnologias e poder utilizá-las no seu planejamento e avaliação. Há um longo caminho de aprendizagem como usuário e depois como educador. O importante é começar com recursos simples – um blog, por exemplo – e ir tornando mais complexas as atividades, aos poucos, para que se sinta seguro de que faz sentido o que está se propondo. Não basta só ser moderninho. O importante é que o aluno aprenda cada vez mais.

Onde o professor, por vezes abandonado pelas políticas públicas, pode buscar informações sobre inclusão digital?
O Portal do Professor do MEC e alguns portais educacionais, como o Diaadiaeducação, da Secretaria de Educação do Paraná, são excelentes para conhecer o que é feito, realizar cursos básicos e encontrar materiais e atividades importantes em diversas áreas de conhecimento.

O professor já percebeu que não é mais a única fonte do saber para os estudantes? Esse tem sido um processo traumático para os educadores?
Uma boa escola depende fundamentalmente de contar com gestores e educadores bem preparados, remunerados, motivados e que possuam comprovada competência intelectual, emocional, comunicacional e ética. Sem bons gestores e professores nenhum projeto pedagógico será interessante, inovador. Não há tecnologias avançadas que salvem maus profissionais. São poucos os educadores e gestores pró-ativos, que gostam de aprender e conseguem colocar em prática o que aprendem. Temos muitos profissionais que preferem repetir modelos, obedecer, seguir padrões. Sem pessoas autônomas é muito difícil ter uma escola diferente, mais próxima dos alunos que já nasceram com a internet e o celular. Uma boa escola precisa de professores mediadores, vivos, criativos, experimentadores, presenciais e virtuais. De mestres menos 'falantes', mais orientadores. De menos aulas informativas e mais atividades de pesquisa, e experimentação. Desafios e projetos. Uma escola que fomente redes de aprendizagem, entre professores e entre alunos. Onde todos possam aprender com os que estão perto e também longe, conectados. Onde os mais experientes possam ajudar aqueles que têm mais dificuldades. O futuro será aprender em qualquer tempo e lugar, de forma personalizada e, ao mesmo tempo, colaborativa. Teremos flexibilidade curricular e facilidade de estarmos juntos, conectados audiovisualmente.

Folha Dirigida, 20 a 26/05/2010